Quem tá com preguiça de qualquer interação social coloca o dedo aqui
Trocando a minha voz de CNPJ para a Vicky, em primeira pessoa, portadora de um CPF.
Conversando com uma amiga hoje tive uma das melhores sensações: aquela cheia de alívio por não ser só eu que tô pensando e sentindo alguma coisa estranha.
Nós duas, estamos com muita, mas muita preguiça de socializar. Em outras palavras, tá dando bastante preguiça de conversar com quem for que não esteja passando a quarentena com a gente.
É claro que não é como se a gente não gostasse mais dos nossos amigos, pelo contrário, gostaria muito que a gente pudesse ir pro bar beber uma cerveja e falar das histórias engraçadas, das viagens que você tá planejando ou da vaga que você tá concorrendo na empresa que você sempre sonhou. Mas nós sabemos que não é isso que vai acontecer. A conversa com quem não tá por perto vem sempre carregada de melancolia, das duas partes. Acho difícil a gente mandar mensagem, perguntar se tá tudo bem e alguém responder que tá muito feliz com 0 problemas.
Talvez o que esteja acontecendo agora, é essa necessidade de estarmos no nosso ninho, onde nos sentimos mais acolhidas e seguras. E ir conversar com alguém, ainda mais agora que a gente tá desaprendendo a ser um ser social (tem um artigo no TheCut que fala que a nossa habilidade social funciona como qualquer outra, se você treina, você melhora, se você não treina, vai atrofiando) pode gerar um desconforto que a gente nem precise ou queira agora.
Em uma metáfora é como se nós fossemos um celular com 5% de bateria num dia super corrido em que você precisa muito que ele funcione. Na bolsa, você não encontra o carregador, então você poupa o celular, colocando ele no modo avião, quietinho, sem receber nada, pra que, quando você mais precisar, ele tenha bateria.
Faz sentido? Mais alguém se vê assim nesses últimos tempos? (com você eu quero conversar)
Adios muchacha,
Vicky.
faz sentido demais. Agora, em julho, já estou melhorando. Mas em março, coincidentemente fui passar uns meses no ninho, na casa da minha mãe e só queria ficar quietinha.